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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Eu queria dizer, mas não posso

Existem várias histórias da ditadura, e hoje várias pessoas se vangloriam de ter participado do movimento que nos trouxeram para a democracia novamente. Eu realmente respeito a todos que lutaram por aquele ideal. Muitas vidas foram perdidas e os assassinos ainda andam por ai, livres, leves e soltos mas, esse é um assunto para uma próxima "blogada" hoje quero enaltecer os que lutaram, os que se exilaram (por conta própria ou via força).
Existe uma outra categoria mas, a essa eu não farei referência no momento pois não fazem jus mas, também tiveram sua valia. Eu sou nacionalista (mas crítico) sei onde erramos, mas amo essa terra, fico imaginando o que sentira Gonçalves Dias em sua canção do exílio "Minha terra tem Palmeiras, onde canta o Sabiá, como aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá" ou que pensaria Vandré quando em para não dizer que não falei das flores disse (ou melhor, cantou) "Vem, vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer" enfim, que amrgo seria esse, querer se expressar e não poder, ou ser controlado, o Brasil é o pais da liberdade, ou pelo menos tornou-se, não retroagiremos (ao menos espero), prefiro ficar com os ensinamentos de Ulisses Guimarães que um dia disse "O poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria a anarquia". Doutor Ulisses estava certo, o homem é o que corrompe o poder, e se é assim,  vamos dizer não, sempre quando nos afrontarem, a liberdade de expressão é tudo, sem controle, livre, assim como a sabiá de Gonçalves Dias. A liberdade de expressão é apanágio da condição humana e socorre as demais liberdades ameaçadas, feridas ou banidas. É a rainha das liberdades, disse Rui Barbosa.




O Estado Laico

Aproveitando o debate eleitoral sobre os mais variados temas, escolhi o mais primitivo deles, a religião. A conquista constitucional da liberdade religiosa é verdadeira consagração de maturidade de um povo, pois, como salientado por Themistocles Brandão Cavalcanti, é ela verdadeiro desdobramento da liberdade de pensamento e manifestação.
A abrangência do preceito constitucional é ampla, pois sendo a religião o complexo de princípios que dirigem os pensamentos, ações e adoração do homem para com Deus, acaba por compreender a crença, o dogma, a moral, a liturgia e o culto.
O constrangimento à pessoa humana de forma a renunciar sua fé representa o desrespeito à diversidade democrática de idéias, filosofias e a própria diversidade espiritual.
Saliente-se que na história das constituições brasileiras nem sempre foi assim, pois a Constituição de 1824 consagrava a plena liberdade de crença, restringindo, porém, a liberdade de culto, pois determinava em seu art. 5º que "a Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo".
Porém, já na primeira Constituição da República, de 24 de fevereiro de 1891, no art. 72, § 3º, foram consagradas as liberdades de crença e de culto, estabelecendo-se que "todos os indivíduos e confissões religiosas podem exercer pública e livremente o seu culto, associando-se para esse fim e adquirindo bens, observadas as disposições do direito comum" Tal previsão foi seguida por todas as nossas constituições.
Assim, a Constituição Federal, ao consagrar a inviolabilidade de crença religiosa, está também assegurando plena proteção à liberdade de culto e as suas liturgias.
Salienta Canotilho que a queda de unidade religiosa da cristandade deu origem à aparição de minorias religiosas que defendiam o direito de cada um à verdadeira fé, concluindo que
"esta defesa da liberdade religiosa postulava, pelos menos, a ideia de tolerância religiosa e a proibição do Estado em impor ao foro íntimo do crente uma religião oficial. Por este facto, alguns autores, como G. Jellinek, vão mesmo ao ponto de ver na luta pela liberdade de religião a verdadeira origem dos direitos fundamentais. Parece, também, que se tratava mais da idéia de tolerância religiosa para credos diferentes do que propriamente de concepção de liberdade de religião e crença, como direito inalienável do homem, tal como veio a ser proclamado nos modernos documentos constitucionais".
Ressalte-se que a liberdade de convicção religiosa abrange inclusive o direito de não acreditar ou professar nenhuma fé, devendo o Estado respeito ao ateísmo. A discussão política portanto, não foi sobre religião e sim, ao dizer algo em um dia e mudar de posição noutro com interesses eleitoreiros como bem fazem nossos exemplares políticos.

*Alexandre de Moraes, ob. cit.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Eu tentei mas, não deu!

Veja essa letra de Bezerra da Silva

Ele subiu o morro sem gravata
Dizendo que gostava da raça
Foi lá na tendinha
Bebeu cachaça
E até bagulho fumou
Foi no meu barracão
E lá usou
Lata de goiabada como prato
Eu logo percebi
É mais um candidato
Às próximas eleições
Fez questão de beber água da chuva
Foi lá na macumba pediu ajuda
E bateu cabeça no congá
Deu azar..
A entidade que estava incorporada
Disse esse político é safado
Cuidado na hora de votar
Também disse:
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater

Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe prender
Hoje ele pede o seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater.
Eu falei pra você viuuuuu..
Esse político é safadão oh ai cumpade!
Nesse país que se divide em quem tem e quem não tem,
Sinto o sacrifício que há no braço operário
Eu olho para um lado
Eu olho para o outro
Vejo o desemprego
Vejo quem manda no jogo
E você vem, vem
Pede mais de mim
Diz que tudo mudou
E que agora vai ter fim
Mas eu sei quem você é
Ainda confia em mim?
Esse jogo é muito sujo
Mas eu não desisto assim
Você me deve..haha haha
Malandro é malandro
Mané é mané
Você me deve...
Você me deve seu canalha
Você me deve malandragem
Você ganhou duzentas vezes na loteria malandro?
Duzentas vezes cumpade?
É
Fez questão de beber água da chuva
Foi lá na macumba pediu ajuda
E bateu cabeça no congá
Deu azar..
A entidade que estava incorporada
Disse esse político é safado
Cuidado na hora de votar
Também disse:
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater
Meu irmão se liga
No que eu vou lhe dizer
Hoje ele pede seu voto
Amanhã manda a polícia lhe prender
Hoje ele pede o seu voto
Amanhã manda a polícia lhe bater.
Ai ai perai cumpade..perai perai perai
Sujôooo..
Ae malandragem se liga na missão
Fica atento
Político é cerol fininho
Político engana todo mundo..
Menos o caboco..ele deu azar na macumba do malandro..ah lá
O caboco caguetou ele
Hoje ele pede, pede, pede de você ..
Amanhã vai vai te fudê..
Hoje ele pede, pede, pede de você ..
Amanhã vai vai.. ohhh
E amanhã vai se fu..
É cumpade...
Saudoso Bezerra era um grande sábio

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Apesar de você amanhã há de ser outro dia....

A cada dia que vivo dou mais valor a democracia pois, é nela que baseio a vida de forma plena podendo expor as agruras, os desencontros e dissabores do cotidiano. O que me entristece é saber que um dia foi diferente, muito diferente e que pode acontecer novamente, pode mesmo! A liberdade em lato sensu é maravilhosa, exemplo disso sou eu aqui expondo, a não sei quem ( pois esse mundo virtual é amplo demais) minhas ideologias ou melhor os meus sentimentos, seja como for é um direito, resguardado na Carta Magna art. 5º, IV.
Prometi à mim mesmo, minha repulsa quanto ao assunto mas, serei apolítico, e não despolitizado, pois estou chegando à conclusão que só perdemos quando tentamos ser o que somos, sem intereses e expor nossos pontos de vista por mais ínfimo que seja, não podemos ser quem somos. Sempre causamos os dissabores que já sabemos, os interesses que movem a política são sempre maiores.
Assim, a partir de hoje não comentarei mais nada sobre política nesse espaço, reservarei meu tempo as coisas do nosso cotidiano, vou continuar acreditando na democracia, na liberdade de expressão, no bem mesmo sabendo dos revezes. Reservarei meu tempo a assuntos que não nos causem náusea e sejaam menos menos ácidos. 
Farei como o grande Chico Buarque, apesar de você amanhã há de ser outro dia....e você sabe o porquê!